DIRETORIA DE ENSINO – REGIÃO DE LINS
GILSLAINE APARECIDA DE AGUIAR DIAS
MÔNICA GIMENEZ PARRA DOURADO
VIVIAN APARECIDA DA SILVA USSUY MARTINS
DENGUE
UMA
QUESTÃO DE HÁBITO
LINS/SP
JUNHO DE 2013
APRESENTAÇÃO
Este
plano de aprendizagem propõe que os alunos utilizem as linguagens científica,
lúdica e artística para que adquiram conhecimento sobre o ciclo, a profilaxia e
o tratamento da dengue, e sejam capazes de transmitir essas informações à
comunidade.
INTRODUÇÃO
Acredita-se
que as epidemias ocorrem no Brasil desde o século XIX. Mas os primeiros casos
oficialmente registrados datam da década de 1960, há cerca de 40 anos. Eles
surgiram de uma época de intenso crescimento populacional, que provocava a
busca por novas regiões para plantio e exploração de recursos minerais. A
abertura desses novos espaços ocorreu por meio do desmatamento indiscriminado
das áreas florestais, sobretudo as localizadas no entorno das cidades.
Durante
esse processo, o homem teve contato com serem que antes habitavam as áreas
desmatadas, mas que acabaram se deslocando para as cidades e se adaptando a
novas condições. O Aedes aegypti, vetor (transmissor) da dengue e também da
febre amarela, é um desses espécimes. Considerando hoje um mosquito
cosmopolita, ele põe suas larvas em água limpa.
Com
o crescimento da população urbana, houve também o aumento do lixo, não
reciclado e armazenado de forma inadequada. O desenvolvimento industrial,
associado a mudanças no hábito de consumo da população (que joga lixo nas ruas
de forma irresponsável e indiscriminada), passou a gerar mais poluição e
acúmulo de lixo como pneus velhos, latas e embalagens de difícil degradação,
além das caixas d’água que em muitos casos ficam abertas, capazes de represar
água suficiente para a proliferação dos insetos. Sem falar no entupimento de
bueiros e bloqueio de calhas de córregos, gerando enchentes que também
colaboram para o ciclo das epidemias.
PÚBLICO
ALVO
Este
projeto de aprendizagem poderá ser aplicado em todas as séries/anos, desde que
seja adaptado ao nível de ensino correspondente.
OBJETIVOS
·
Conhecer a dengue (sintomas, profilaxia e
tratamento) e seu vetor, o Aedes aegypti;
·
Relacionar a doença com maus hábitos da
população, como armazenamento inadequado do lixo (sobretudo embalagens de
difícil decomposição como o plástico e o vidro);
·
Fazer uso das linguagens científica, lúdica e
artística para representar conhecimentos;
·
Construir e aplicar conceitos das várias
áreas do conhecimento para compreensão dos processos biológicos da doença;
·
Compreender o fenômeno estudado do ponto de
vista histórico e geográfico;
·
Analisar e relacionar informações de
diferentes fontes (jornais, revistas, livros, internet e aula expositiva) para
debater, dramatizar, apresentar tele-jornal, conceber jogos, produzir paródias,
etc;
·
Analisar criticamente, de forma qualitativa
ou quantitativa, as implicações ambientais, sociais e econômicas do fenômeno
estudado;
·
Compreender o significado e a importância da
água e de seu ciclo para a manutenção da vida, em sua relação com as condições
socioambientais, sabendo quantificar variações de temperatura e mudanças de
fase em processos naturais e de intervenção;
·
Compreender o caráter sistêmico do planeta e
reconhecer a importância da biodiversidade para preservação da vida,
relacionando condições do meio e a intervenção humana sobre ele;
·
Analisar, de forma qualitativa ou
quantitativa, problemas referentes a perturbações ambientais (desmatamentos,
armazenamento incorreto do lixo), reconhecendo suas transformações. Prever, a
partir daí, efeitos nos ecossistemas e no sistema produtivo e propor formas de
intervenção para reduzir e controlar esses efeitos.
CONTEÚDO
·
Virologia;
·
Causas da dengue e agente causador
(Arbovírus);
·
Profilaxia (medidas preventivas);
·
Conceito de vetor;
·
Vetor Aedes aegypti;
·
Tratamento da doença.
RECURSOS
DIDÁTICOS
Cartolina,
cola, tesoura, slides, reportagens de jornais e revistas, textos da internet,
os livros “Epidemias no Brasil”, de Rodolpho Telarolli Júnior, da editora
Moderna e “Programas de Saúde”, de Ayrton César Marcondes, da editora Atual.
DESENVOLVIMENTO DA
ATIVIDADE/PROCEDIMENTOS
A
DOENÇA, O TRATAMENTO E A PREVENÇÃO
A
maioria dos casos de infecção pela dengue passa despercebida. Calcula-se que
existam de 08 a 10 pessoas infectadas para cada uma que desenvolve a doença.
Quando se manifesta, a dengue apresenta mais comumente sob duas formas: febril
(ou clássica) e hemorrágica.
A
forma clássica é uma doença febril de leve intensidade. A febre intermitente e
variável, podendo chegar a 39°C, e provoca calafrios, dor forte de cabeça
(principalmente atrás dos olhos), dores na região lombar, nos músculos das
pernas e nas articulações, corrimento nasal e faringite, insônia, perda de
apetite e desconforto abdominal.
No
segundo dia, pode surgir vermelhidão no corpo. Depois de dois ou três dias, a
febre cai, as dores e o cansaço diminuem. Do terceiro ao quinto dia, ocorre
vermelhidão mais intensa, queimação nas plantas das mãos e pés e ínguas no
pescoço e nas virilhas.
A
forma hemorrágica é bem mais grave. Rompem-se pequenos capilares que deixam
manchas na pele e provocam sangramentos nasais, intestinais, gengivais,
urinários, gastrointestinais e ginecológicos.
Os
vasos da periferia se dilatam, a pressão cai e podem surgir sintomas de
hipotensão (tontura, visão turva, queda e perda de sentidos e, eventualmente
morte).
O
tratamento indicado é beber muito líquido, utilizar analgésicos somente com
prescrição médica e permanecer em repouso. Nunca usar antitérmicos ou
analgésicos compostos de Ácido Acetil Salicílico, que interferem no processo de
colagulação, como AAS, Melhoral, Aspirina, Doril ou Buferin.
A
prevenção é a principal arma contra o alastramento da dengue. Os seguintes
cuidados precisam ser divulgados para a população e praticados por todos:
·
Evitar água parada em fontes e piscinas sem
cloração adequada;
·
Manter as caixas d’água limpas e bem
fechadas;
·
Não jogar lixo nas ruas, pois seu acúmulo
atrai insetos e entope bueiros;
·
Manter terrenos baldios sempre limpos;
·
Não acumular água nos pratos de vasos de
plantas. Retirar os pratos ou colocar neles areia ou pedrisco é o procedimento
mais indicado;
·
Evitar o desmatamento rural;
·
Não cultivar nas cidades plantas que acumulam
água na sua folhagem, como as bromélias.
Alguns
conceitos importantes, segundo o site Wikipédia:
Aedes
aegypti:
“Aedes
(Stegomyia) aegypti (aēdēs do grego
"odioso" e ægypti do latim "do
Egipto") é a nomenclatura taxonômica para o
mosquito que é popularmente conhecido como mosquito-da-dengue ou pernilongo-rajado1 . É uma
espécie de mosquito da família Culicidae proveniente
de África, atualmente
distribuído por quase todo o mundo, com ocorrência nas regiões tropicais e subtropicais, sendo
dependente da concentração humana no local para se estabelecer. O mosquito está
bem adaptado a zonas urbanas, mais
precisamente ao domicílio humano, onde consegue reproduzir-se e pôr os seus
ovos em pequenas quantidades de água limpa, isto é, pobres em matéria orgânica em
decomposição e sais (que
confeririam características ácidas à água),
que preferivelmente estejam sombreados e no peridomicílio. As fêmeas,
para realizar hematofagia, podem
percorrer até 2 500 m.2 É
considerado vector de doenças
graves como o dengue e a febre
amarela e, por isso mesmo, o controle das suas populações é considerado assunto
de saúde pública.”
Dengue:
“ 'Dengue'
é a enfermidade causada pelo vírus
da dengue, um arbovírus da família Flaviviridae, gênero Flavivírus, que inclui
quatro tipos imunológicos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.1 A infecção por um
deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e
temporária contra os outros três.
A dengue
tem, como hospedeiro vertebrado, o homem e outros primatas, mas
somente o primeiro apresenta manifestação clínica da infecção
e período de viremia de aproximadamente sete dias.
Nos demais primatas, a viremia é baixa e de curta duração.2
O vírus da dengue, provavelmente, se originou de
vírus que circulavam em primatas na proximidade da península da Malásia. O
crescimento populacional aproximou as habitações da região à selva e, assim,
mosquitos transmitiram vírus ancestrais dos primatas aos humanos que, após
mutações, originaram nossos quatro diferentes tipos de vírus da dengue.3
Provavelmente, o termo dengue é derivado da frase swahili "ki
dengu pepo", que descreve os ataques causados
por maus espíritos e, inicialmente, usado para
descrever a enfermidade que
acometeu os ingleses durante a epidemia que afetou
as Índias Ocidentais
Espanholas em 1927-1928.2 Foi trazida
para o continente americano a partir do
Velho
Mundo, com a colonização no final do
século XVIII. Entretanto,
não é possível afirmar, pelos registros históricos, que as epidemias foram
causadas pelos vírus da dengue, visto que seus sintomas são similares aos de
várias outras infecções, em especial, a febre amarela”.
Epidemia:
“Uma epidemia
se caracteriza pela incidência, em curto período de tempo, de grande número de
casos de uma doença. O termo tem origem no grego clássico:
epi (sobre) + demos (povo) e sabe-se ter sido utilizado por Hipócrates no século
VI a.C..
A
ocorrência, numa comunidade ou região, de casos de doença, acidente, malformação congênita,
comportamento especificamente relacionado com a saúde ou outros acontecimentos
relacionados com a saúde que ocorre em um determinado momento e espaço, é um
fato até aqui normal, já que interagimos com o ambiente e outras formas de
vida. Um surto epidêmico ocorre quando há um grande desequilíbrio com o agente
(ou surgimento de um), sendo este posto em vantagem. Este desequilíbrio é comum
quando uma nova estirpe do organismo aparece (mutação) ou quando
o hospedeiro é exposto
pela primeira vez ao agente”.
Virologia:
“Virologia é o estudo
dos vírus e suas
propriedades. Essencialmente, os vírus são “ácido nucleico envolvido
por um pacote proteico”, inertes
no ambiente extracelular, somente sendo capazes de reproduzir-se dentro da
célula hospedeira, por isso são frequentemente classificados como "parasitas
intracelulares obrigatórios".
Inicie
a abordagem do tema com duas aulas expositivas. Faça o uso de slides. Se houver
condições, promova uma coleta de possíveis larvas dos mosquitos transmissores
da doença nos arredores da escola e faça com os alunos a observação de insetos.
Na
aula seguinte, divida a sala em grupos de 03 alunos. Cada grupo levantará
questões e problemas sobre o assunto e colocará no quadro-negro palavras-chaves
identificadas durante as aulas expositivas. Com essas palavras os alunos
deverão entrar em sites de pesquisa e desenvolver um pequeno texto coletivo na
sala, com as informações coletadas da internet.
A
partir daí, cada grupo deverá montar um projeto de divulgação de informações
sobre a dengue. Para tal, poderão criar, também utilizando recursos de
informática, jogos de tabuleiro, histórias em quadrinhos, palavras cruzadas,
caça-palavras, letras de músicas, poemas, textos dramáticos, slides no
PowerPoint, etc.
AVALIAÇÃO
A
avaliação será realizada durante todo o processo das atividades, observando a
participação e conclusão das atividades propostas (desde as lições de casa, com
pontualidade, apresentação do material solicitado até a participação oral).
Observação
da pesquisa em grupo quanto a participação e o cumprimento das orientações e
realização das atividades propostas.
Ao
interagir com a produção dos alunos, observe se todos aplicaram na realização
dos projetos os conceitos trabalhados, e em que profundidade. Caso perceba que
algum conceito não tenha sido compreendido, intervenha e, se necessário, faça
uma revisão. Uma prova escrita também pode ser realizada ao término das
atividades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TELAROLLI, Júnior Rodolpho.
Epidemias no Brasil. 2. Ed. São Paulo: Moderna, 2003.
MARCONDES, Ayrton César. Programas
de Saúde. 4. Ed. São Paulo: Atual, 1993.
Sites:
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